segunda-feira, 6 de abril de 2009

Emoções, Num olhar de um Piano
























Porque há momentos na Vida que são incomparáveis.

Fui escutar um piano, confesso que desde há algum tempo me tornei fã deste instrumento, que é para mim tão só o meu instrumento de eleição e aquele que um dia almejo em saber «sentir». Como é normal ouvi diversas vezes música clássica quando era mais novo, mas por razões de maturidade não consegui perceber a verdadeira dimensão deste tipo de música e fazia aquelas críticas normais, de quem ainda tem a Alma fechada, para este tipo de coisas.

Lembro-me como se fosse hoje, quando o momento mágico chegou. Estavamos em 2002, foi num filme de Roman Polansky "O Pianista", como esquecer aquela cena em que Władysław Szpilman (Adrien Brody) «toca» para o capitão Nazi. A magia desse momento perdurará para sempre nos anais do cinema. Trata-se de um momento simplesmente magnífico, de uma «beleza» e intensisdade emocional extrema. Władysław Szpilman (Adrien Brody) completamente esfomeado é apanhado pelo seu "inimigo", este, ao vê-lo e confrontado com o estado de miséria humana, procura saber quem ele é. A resposta "Ich war Pianist", abriu o pano para esta cena verdadeiramente sublime. Szpilman interpreta Chopin (Ballade 1 in G Minor OP.23). Recordo-me tão bem (oiço neste momento esta música), os nós na garganta, as lágrimas que cairam pelo meu rosto, o turbilhão de emoções que vivi naquele momento, naquele cinema, é um momento inesquecível.
As emoções são algo de transversal na raça humana, mas o Sentir de forma especial não, apenas está ao alcançe de alguns. Foi esse Sentir que naquele momento uniu o Pianista e o Capitão Nazi. As emoções são o elo de ligação das Almas Iluminadas, reconhecem-se, tocam-se no vácuo do tempo, e vivem para sempre...

http://www.youtube.com/watch?v=RkUVb1AJbSM&feature=related

Devo acrescentar, que depois do início do meu interesse por musica clássica e nomeadamente por Piano, me dei conta que tenho uma tendência natural para o período Romântico: Beethoven, Chopin, Tchaikovsky, Mendelssohn. E para os Russos: Prokofiev (quem já assistiu ao Bailado O Lago dos Cisnes, deve entender do que falo), Rachmaninov. Acho que os Russos têm um pouco da "Alma Portuguesa", que nós tão bem reconhecemos no Fado. Têm aquela melancolia que voa na palavra «Saudade», uma intensidade dramática que toca a Alma.


Não sendo um entendido na matéria, tenho para mim que tocar piano, além da componente técnica e de aprendizagem musical que é necessária, tem muito de emocional nas suas interpretações. Tal como um Poeta que escreve o que sente, o Pianista toca o que lhe vai na Alma. Deve ser algo de tão maravilhoso, que nem se quer imagino o que estas pessoas devem sentir...
Todo o ser humano Sente, é instrínseco à Alma Humana, mas há pessoas que Sentem de outra forma, estão num outro Universo, não partilham o mundo com o comum dos mortais, devemos aceitar esse facto e não sermos hipócriticas, caindo no clichê recorrente que "somos todos iguais", não é verdade, há pessoas mais inteligente que outras, há pessoas mais espertas que outras, há pessoas mais «boas» que outras, há seres humanos melhores que outros. São estas pessoas pessoas que devemos encontrar nos desencontros da Vida, e é por momentos assim que vale a pena Viver...


Ao som do teu piano,
profunda melancolia

Envolto em lágrimas púrpuras,
a doce frescura do teu Olhar

Porque há Gente que não é só,
Gente...


João

3 comentários:

  1. Gosto da tua escrita...sinto a sensibilidade...se fechar os olhos vejo os dedos do "pianista" a tocar nas teclas brancas imaculadas do piano...sinto a dedicação de quem quer transmitir ao mundo a dor,a alegria,a tortura,a felicidade que lhe vai na alma...

    Parabens, simplesmente gosto

    Doce Beijo

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  2. Sinto a emoção em cada palavra que escreves,tal como um verdadeiro pianista em cada nota que toca...
    Acho que devias aprender a tocar para sentir cada nota,cada emoção...
    És especial!
    Baci

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