sábado, 18 de dezembro de 2010

E Agora
























Fecho os olhos,
Hoje vi-te outra vez por entre o esquisso de um Sonho que não era teu nem meu, era de alguém que por ali passava num qualquer passeio imundo com a mão cheia de nada, e tu, tu gritavas, gritavas palavras mudas, gritavas palavras que não eram tuas, palavras sem dono, palavras livres que se entranham na alma de quem passa. Paraste ao meu lado e não me viste, nem se quer nos tocamos porque és transparente da côr da água nascente, não cruzamos se quer um olhar, porque afinal não vês.

Caminhas agora por entre Sonhos que não são teus, na realidade não são de ninguém, existem apenas numa realidade metafísica que nem se quer existe, caminhas em ruas frias, feitas de rasgos de olhares daqueles que te pisam a alma, mas que não te roubam o ser.
Escutas o canto da rua, escorrem-te as lágrimas e também elas não são tuas, na realidade também elas não são de ninguém.

porque...
agora ninguém chora,
ninguém vê,
ninguém escuta,
ninguém sente,
agora ninguém É.

E agora…
agora, és só Tu!

João

1 comentário:

  1. Essas palavras fazem sentido na vida de muita gente. Essas palavras podem ser a minha vida neste momento, porque aquilo de que mais tenho medo é de ser apenas eu. Aposto que não sou a única.

    Obrigada João
    Su

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